Lançamentos | “A Rosa do Povo” de Carlos Drummond de Andrade chega às livrarias portuguesas




O olhar do poeta maior das terras de Vera Cruz sobre a 2ª Guerra Mundial chega às nossas livrarias. Considerada a sua obra mais extensa, “A Rosa do Povo” reúne 55 poemas inéditos escritos durante aquele período obscuro da humanidade. É editado pela Companhia das Letras.
Mesmo sendo uma das primeiras obras publicadas pelo poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, esta colectânea é o trabalho onde expressa de forma exuberante, a sua lírica de carácter social e modernista. Através dela, Drummond atinge um patamar elevadíssimo no espectro da melhor poesia de língua portuguesa do século passado, segundo o grupo editorial brasileiro.
A ruptura com o passado, a violenta alteração de mentalidades e as suas devastadoras consequências, a enorme confusão gerada, o crescimento avassalador da capital brasileira da sua época, juntamente com o sofrimento inqualificável e atroz sofrido pelos habitantes do velho continente, são os temas abordados neste conjunto de poemas inéditos em Portugal. Uma reflexão cuidada, um trabalho exaustivo, levado a cabo pelo poeta durante os últimos dois anos do conflito bélico.
Originalmente publicada em 1945, “A Rosa do Povo” é o expoente maior da sua visão política e dos valores que defendia. Um olhar incomparável sobre um dos acontecimentos mais cruéis que a raça humana pôde assistir. Sob a sombra da virtuosa caneta do poeta, tombam perante as suaves linhas do seu caderno, as vidas vividas nas metrópoles, a divisão ideológica, o amor ou a implacável morte que com a sua tenaz tesoura corta todos os fios que nos ligam à vida, de uma só vez.
Observa tudo isto, a partir do Rio de Janeiro, também apelidada de “cidade maravilhosa”. Cidade cosmopolita, vibrante, amplamente referenciada nos seus poemas.
Um claro tributo, não só dirigido a uma Europa destroçada pela guerra e aos milhões de vidas diabolicamente ceifadas, mas também, o espelho transparente da verdadeira condição humana, permanentemente assolada por medos e afectos em nome de uma supremacia fútil.

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